ESG é um dos assuntos mais comentados entre CEOs, diretores e gestores atualmente, criando uma preocupação intensa e constante não só com questões ambientais e sociais, mas também com todos os aspectos legais, de compliance e governança relacionados. Casos recentes sobre crimes ambientais, trabalho escravo e inconformidade fiscal criaram um destaque delicado para as empresas, podendo construir uma imagem de exemplo ou condenação. Como princípio de atuação, entendemos que é possível obter um estado de atuação superior ao que há hoje nessas empresas, mas há um longo caminho pela frente.
Segundo o Ranking Risco Climático Interno Bruto e o site ESG Insights, Brasil, China e Estados Unidos, países de alta relevância no mercado global, são alguns dos países que, até 2050, podem sofrer severos impactos devido à crise climática. Ao mesmo tempo, há algumas semanas o Brasil teve um triste caso de trabalho análogo à escravidão envolvendo uma vinícola do sul do país. Seja por falta de gestão, negligência ou má fé, esses exemplos mostram a criticidade que temos quanto ao tema. E mesmo que esse tipo de problema esteja relacionado a parceiros e fornecedores, acredite: a sua empresa estará envolvida, principalmente se a força de mercado que ela possui é maior que o fornecedor.
De uma forma ou de outra, comitê executivos devem estar cientes de como o seu negócio opera no mercado, levando em conta seu processo produtivo, de entrega e toda a cadeia de valor, seja ela interna ou conectada com parceiros externos. Os processos de logística reversa e gestão de stakeholders para ESG podem depender disso.
Com tantas questões em jogo, é crucial que as empresas entendam em que patamar estão com a agenda ESG e como se mover para pavimentar o caminho. Mas como? O primeiro passo é entender o estado atual da sua estrutura.
No caso do “Social”, para conhecer esse estado atual do impacto social da sua empresa é preciso ter MÉTRICAS que provem que você está alinhado com esses compromissos, seja dentro da empresa ou na cadeia de valor. Nos próximos parágrafos, iremos te ajudar com alguns indicadores importantes para começar a medir nessa jornada, separados entre indicadores INTERNOS, ou seja, que você pode medir sem depender de fornecedores e parceiros, e EXTERNOS, dependentes de terceiros.
A definição das métricas internas
Antes que você possa atuar com o impacto social da sua organização, a sua organização precisará descobrir quais são as métricas de maior relevância. Para isso, é preciso ter um olhar interno na empresa, pensando em como impactamos nossos colaboradores, clientes e público em geral.
Métrica 1: taxa de diversidade A taxa de diversidade de uma empresa pode ser estruturada de várias formas, englobando um grupo específico (LGBTQIAP+, étnico/racial, faixa etária, PCDs, etc) ou agrupando todos em um mesmo número. Na primeira opção, você deverá entender quantas pessoas estão no grupo selecionado em comparação com o total. Para cada grupo, essa métrica deve ser extraída e inserida nos seus dashboards de diversidade. Na segunda opção, você deverá considerar quantas pessoas presentes em pelo menos 1 dos grupos existem na empresa em comparação com o total. De certa forma, diríamos que este formato de medição é algo inicial, e não definitivo, pois não traz a profundidade necessária sobre o tema. Você pode ter uma empresa que possui 50% de pessoas LGBT*s, mas todas serem brancas. Você pode ter 20% da empresa composta de pessoas negras, porém nenhuma delas é neurodiversa ou PCD ou estão apenas em áreas operacionais, como limpeza. Cuidado com métricas que vão te dar falsos positivos!
Métrica 2: eNPS ou métricas de satisfação
eNPS (employee Net Promoter Score) é uma métrica muito parecida com o NPS, porém aplicada aos funcionários. Em outras palavras, estamos medindo o nível de lealdade / “satisfação” dos funcionários com relação a empresas e suas políticas. Dessa forma, conseguimos entender como as pessoas estão se “sentindo” com relação a diversos elementos presentes na empresa, como:
Nível de engajamento
Percepção da produtividade;
Motivação;
Satisfação com os benefícios atuais;
Evolução de carreira;
Relação com liderança;
E outros fatores;
Ao medir o eNPS, é importante que você mantenha o formulário ou mecanismo de pesquisa anônimo, seguro e com as devidas motivações para a pesquisa EXPLÍCITAS. Com isso, você pode conseguir um envolvimento maior. Inclusive, baixo envolvimento com a pesquisa também é um feedback para a sua área: você tem um problema!
Métrica 3: Distribuição e carreira A famosa frase “diversidade é convidar para a festa, inclusão é chamar pra dançar” da VP de estratégia da Netflix Vernā Myers traz muito do que está relacionado a métricas de distribuição e carreira. O primeiro fator, diz respeito a como a diversidade está distribuída em todas as áreas da organização, não só apenas em áreas que são notoriamente conhecidas pela predominância de homens ou mulheres. Dois exemplos importantes são a área de tecnologia, com sua maioria composta de homens, enquanto a área de RH (ou Gente & Gestão) é composta majoritariamente por mulheres.
O fator carreira envolve como a organização está dando oportunidades e usando critérios de equidade para TODOS os grupos minorizados na organização, tendo não só uma operação diversa e inclusiva, mas também liderança, diretoria e conselhos. Falar de IDEA (Inclusão, Diversidade, Equidade, Acessibilidade) na empresa precisa ir além de apenas ter vagas para as pessoas, provendo a elas a chance de crescer e se tornar referências para as pessoas de fora da empresa.
Métricas externas: fornecedores e parceiros
Após uma análise interna — lembrando que apenas discutimos a superfície do tema até agora — você também pode mover sua visão para além dos muros da sua empresa, abordando questões sociais com seus fornecedores, parceiros e até clientes e o público em geral. Aqui, vou expor algumas métricas mais próximas de fornecedores e parceiros para acompanhar:
Métrica 1: taxa de diversidade dos fornecedores Da mesma forma que foi realizada a análise interna da taxa de diversidade, o mesmo pode ser feito para os fornecedores. A sua empresa pode incluir políticas contratuais ou pré-requisitos, com prazos determinados, para que o fornecedor possa entregar as métricas de diversidade e estabeleça metas para adequação, de acordo com as políticas da sua empresa. Isso fomenta no mercado um comportamento mais inclusivo, fazendo com que seja dada a devida atenção às discussões de impacto social. Mesmo que sua empresa tenha seriedade com o tema, não podemos garantir que outros terão. Ou será que, com essa postura, podemos?
Métrica 2: critérios de adequação social Continuando com a abordagem de estabelecer políticas de impacto social e/ou sustentabilidade para fornecedores e parceiros, a sua empresa pode medir o nível de engajamento atual dos seus fornecedores com relação às suas políticas, criando rankings e níveis para acompanhamento. Com isso, é possível criar metas de adequação e benefícios exclusivos para fornecedores que atenderem esses critérios. Apesar de não serem critérios exatamente “obrigatórios”, incluir incentivos para que os fornecedores atinjam os critérios informados é uma iniciativa que cria a motivação necessária para acelerar as mudanças.
Métrica 3: impacto social Por fim, apesar do impacto social ser uma métrica necessária também na empresa contratante, solicitar ao fornecedor como ele mede o impacto social na sua empresa é crucial. Questões como políticas de contratação, projetos sociais, participação em iniciativas governamentais e provimento de serviços para grupos ou regiões minorizadas podem ser práticas factíveis e benéficas para ambos os lados.
Um ponto importante sobre o impacto social é que você deverá entender o impacto social da sua empresa ANTES de cobrar do fornecedor esses números. Não faz muito sentido você exigir algo de quem nem mesmo faz, não é mesmo? Compreenda suas políticas internas, métodos de contratação e onboarding, investimentos e apoio em projetos sociais, etc.
Impacto Social vai muito além de filantropia
Falar do “S” do ESG (Social) envolve diversos fatores e projetos, com metas sérias e compromisso da alta liderança. Através da diversidade, o negócio se beneficia em diversos aspectos, desde a inovação até fiscal, se tornando referência no tema. No entanto, é importante entender que se engajar com este tema não significa fazer filantropia apenas. Envolve trabalhar próximo a startups que criam valor com o impacto social, criar melhores soluções e melhorar seus produtos para se tornarem mais acessíveis a todos os grupos. Envolve garantir representatividade e pertencimento a esses grupos, para que se engajem ainda mais com sua marca!
IDEA (Inclusão, Diversidade, Equidade, Acessibilidade) é um grande pilar na Mindset Ágil e parte da nossa estratégia de levar o tema Social para as empresas. Através de uma abordagem Lean e uma visão estratégica, queremos ajudar as empresas no mercado a se tornarem líderes no tema ESG, provendo as ferramentas e abordagens necessárias para controlar seus projetos, ter governança e estruturar times focados nessa agenda. Precisa de ajuda? Então entre em contato!
Nossas redes sociais: https://linktr.ee/mindsetagil
#esg #digital #digitaltransformation #environment #social #impactosocial #diversidade #inclusão #equidade #acessibilidade #marketingsocial #marketinginclusivo #estratégiaesg #pactoglobal
Comments